terça-feira, 30 de novembro de 2010

CONTRIBUTOS PARA A ESTRATÉGIA DO MOVIMENTO DO ASSOCIATIVISMO E DA DEMOCRACIA PARTICIPATIVA

A) O Movimento do Associativismo e da Democracia Participativa nasceu no essencial da constatação do deficit de Democracia Participativa e da circunstância deste deficit assentar no inexistência de condições de sustentabilidade do seu funcionamento e exercício. A Democracia Participativa ou o combate pelo seu pleno desenvolvimento surge assim como o grande propósito do processo que se iniciou há mais de um ano.
Por razões que têm a ver com a viabilização desse combate assumiu-se, como objecto do processo, a afirmação do associativismo, pela consciência que se teve e tem de que as associações são, por princípio, uma forma organizada de Democracia Participativa, constituindo-se na prática como instrumentos preciosos nao organização e animação do processo.
Ao se introduzir a dimensão Associativismo, ao se assumir as associações como um dos suportes estratégicos do Movimento, tornou-se naturalmente necessário debater também a sua sustentabilidade e exequibilidade. Muita da reflexão se orientou, por isso, para quetsões concretas - vitais - que têm a ver com o quotidiano, o presente e o futuro das associações.
Tal, no entanto, não nos pode levar a perder de vista que o grande propósito político deste Movimento é o da Democracia Participativa, que não se esgota, antes pelo contrário, nas Associações.

B) O Movimento do Associativismo e da Democracia Participativa que tem vindo a desenvolver-se desde Setembro de 2009 teve um momento de particular visibilidade no Congresso realizado em 13 e 14 de Novembro de 2010.
O interesse demonstrado pelos/as participantes, nos diversos espaços de comunicação, partilha, reflexão e debate, enriqueceram bastante o Congresso. A pluralidade de perspectivas em relação a alguns aspectos vieram reforçar a ideia de que o associativismo está vivo. A controvérsia é inerente à Democracia Participativa e à Democracia Deliberativa e, nesse sentido, constitui uma expressão de vitalidade do Associativismo Cidadão. Ficou patente ao longo do Congresso que estamos a construir um movimento plural e inclusivo do Associativismo Cidadão e da Democracia Participativa.
Partindo de uma grande diversidade de culturas e experiências individuais e colectivas, vai-se corporizando um movimento social centrado na promoção e produção da cidadania. Ser cidadão/ã pressupõe hoje, como nunca, ser sujeito do seu próprio desenvolvimento. Aprende-se exercendo o “direito de”, em interacção, num processo colectivo, numa rede de solidariedades onde, a partir dos nossos espaços quotidianos, nos conscientizamos e intervimos como seres sociais.
Neste processo de construção da cidadania, o direito de questionar os próprios direitos que nos são reconhecidos e a ordem instalada que confere ou não esse reconhecimento, leva-nos a procurar alternativas de mudança face às actuais condições socioeconómicas de opressão e exploração. Assim, vai emergindo neste movimento social nascente, a consciência política, no sentido mais largo deste termo, em íntima relação com a valorização de uma prática de Democracia Participativa (DP).
A Democracia Participativa é o caminho por onde aprendemos a atravessar a diversidade, respeitando as diferenças, gerando solidariedades e produzindo cidadania. Percorre-se este caminho escutando, dizendo, entendendo-nos, questionando-nos, escolhendo, decidindo, fazendo, transformando e lutando para que a DP seja ela própria cada vez mais valorizada e praticada a todos os níveis.

C) Este movimento partiu de um conjunto de associações com plena abertura à partilha de opiniões e experiências com outros espaços de desenvolvimento da DP e de produção de cidadania mas não abdicando de reflectir ao mesmo tempo sobre a vitalidade ou alienação da DP na dinâmica interna das próprias associações, na sua interacção com outras entidades e no tipo de intervenção que realizam, questionando-se estas associações sobre as formas de participação que promovem e até que ponto valorizam como sujeitos de corpo inteiro aqueles que abrangem nas suas iniciativas. Daí que o percurso das associações dentro deste movimento tenha feito emergir a consciência de que o modelo de associativismo que se quer assumir é o Associativismo Cidadão, pilar de sustentação das práticas de DP e motor da promoção e produção de cidadania em interacção solidária com a comunidade envolvente.

D) Nas tertúlias e plenários do Congresso, expressou-se de forma mais palpável um conjunto de preocupações, ideias e perspectivas que já vinham sendo aprofundadas anteriormente e que acima procurámos sintetizar. Porque todos estes processos de construção conjunta são morosos, terminámos o Congresso sem um documento acabado e consensual de decisões a acções programadas. Entretanto, face à riqueza do pensamento expresso em tantos contributos, e ao apelo unânime para que o movimento continue a crescer e a desenvolver-se, a Comissão Promotora comprometeu-se a interpretar o momento da caminhada em que nos situamos, apontando um conjunto de acções a realizar desde já e até ao próximo Congresso, a agendar para 2011:
1 – O Movimento em curso é constituído por todas e todos os que nele se reconhecem e participam, pessoas, associações e outros grupos formais ou informais; é todo este colectivo que se assume como responsável por dar corpo aos princípios que identificam o movimento, na medida em que os desenvolve na sua prática e contribui para o questionamento e descoberta das alternativas de mudança.
2 – A Comissão Promotora do Congresso, agora realizado, constitui-se a partir deste momento como Plataforma de Dinamização do Movimento do Associativismo Cidadão e da Democracia Participativa, estando esta plataforma aberta a integrar quem igualmente queira participar no processo de dinamização do movimento.
3 – A superação do isolamento e o desenvolvimento do diálogo, partilha, debate e tomadas de posição do movimento face à sociedade, exigem a criação e manutenção duma rede interactiva, que assentará, por um lado, em “pólos de proximidade” (núcleos de participantes no movimento duma mesma área geográfica) em que pelo menos uma entidade assegurará os contactos regulares com a Plataforma de Dinamização, e, por outro lado, os “grupos de trabalho temáticos”, que poderão funcionar não só através de reuniões, tertúlias, etc., mas também pelo sistema de intercâmbio e debate via internet, no contexto de um Fórum que urge criar, além do recurso à rede de emails e à animação do blogue já existente. Obviamente, os “pólos de proximidade” estão permanentemente desafiados a reflectir e dar contributos para os temas em debate, e também para promoverem iniciativas abertas sobre os temas que considerarem oportunos.
4 – Definem-se como eixos estratégicos da acção reflexão que o Movimento prossegue:
a) O associativismo e o seu relacionamento com o Estado e a Democracia Representativa/a sustentabilidade das formas organizadas de Democracia Participativa (as associações e a forma justa de compensação pelos bens de interesse público que produzem; as diferenças que apresentam face ao mundo das empresas e das agências, e as implicações que daí resultam em termos de financiamento e fiscalidade; o lugar que as associações e todos os sujeitos de cidadania devem ocupar nas audições políticas, concertações sociais e políticas orçamentais; a questão da certificação das associações. Neste contexto, o Movimento encara o dinheiro público como um bem comum e assume como umas das suas tarefas principais a sua conservação e seu controlo). Nota: este tema pode ser desdobrado pelos subtemas que nele se incluem.
b) Relações entre o Associativismo Cidadão e os outros Espaços de DP (que experiência já existe e como poderá promover-se mais a interacção entre associações e outros espaços de DP, nomeadamente em relação a áreas como a imigração, a exclusão social, a educação, o ambiente, a saúde, o desenvolvimento local, etc. O Movimento assume como espaços da sua actuação, áreas como a imigração, saúde e educação). Nota: este tema poderá ser desdobrado de acordo com a/s área/s de abordagem que cada grupo escolha.
Cada um destes eixos dará lugar aos polos de reflexão atrás referidos cujas propostas e medidas serão matéria de um novo debate alargado.
5 – A viabilização da Democracia Participativa e do Associativismo Cidadão pressupõe que entre os propósitos do Movimento se assuma como prioridade a denúncia:
- das formas actuais de financiamento de que as associações dependem;
- da política que assume as associações como entidades co-financiadoras de investimentos propostos a montante;
- das políticas de clientelismo que presidem às práticas de atribuição de financiamento;
- das tendências e tentações de controlar as associações, através de estratégias inspiradas no sector empresarial, nomeadamente, as formas de certificação e acreditação que estão actualmente presentes neste sector, que se insere numa lógica competitiva de mercado, e que já começaram também a penetrar nos serviços públicos;
- da falta de reconhecimento do papel das associações como fontes de produção de riqueza.
Esta denúncia, assim como a procura de formas alternativas às actuais práticas de financiamento, constituem matéria para mais um polo de reflexão dos grupos de trabalho atrás referidos.
6 – A Plataforma de Dinamização assume como tarefas prioritárias a título imediato e a curto prazo:
a) Envio da presente carta, via email aos participantes no Congresso e outros aderentes ao movimento, bem como aos órgãos de comunicação social.
b) Criação e dinamização da rede de suporte e interacção do movimento (ponto 3), e do arranque dos grupos de trabalho propostos (ponto 4).
c) Organização de toda a documentação já produzida no percurso do movimento e em torno do Congresso, com inclusão da mesma no blogue e diligências no sentido da publicação de uma brochura.
d) Reunir com os partidos que têm representação parlamentar a fim de:
        - informar sobre o percurso do movimento e respectivo Congresso, denunciando desde já a gravidade da situação actual no que respeita ao deficit de Democracia Participativa e à crise de insustentabilidade nas associações;
        - conhecer o que estes partidos pensam e estão a fazer face a esta matéria;
        - informar sobre os grupos de trabalho em curso, cujas conclusões serão oportunamente divulgadas pelo movimento.
e) Iniciar um processo de denúncia das tentativas de acreditar o Movimento Associativo e a Democracia Participativa.
f) Iniciar o processo de organização do 2º Congresso do Associativismo Cidadão e Democracia Participativa.

Texto elaborado por António Cardoso Ferreira, revisto por Rui d'Espiney e Fernando Ilídio

11 comentários:

  1. A contradição presente neste texto é grave !
    Fala-se em pluralidade e diversidade do dito Congresso e, depois, apresentam-se apenas as visões e posições dum punhado de participantes, os promotores, ou parte deles, eliminando posições e propostas expressas no encontro de 13/14, que têm a mesma legitimidade que as que se desenvolveram neste texto.
    As questões da Acreditação, da real realidade das Associações, do Relacionamento com o Estado e da pluralidade de perspectivas das Democracias Participativas, são matérias tratadas de forma afunilada e estreita, convidando os que nelas não se revêm a abandonar este "barco cheio de água".
    Assim, assinarão o enterro deste pseudo Movimento Social.
    É pena !
    zca.

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  2. Prezadas/os,

    Obrigado pelo vosso esforço de síntese.

    Como tive oportunidade de referir na preparação e no decorrer do congresso, considero que se está a cometer um erro estratégico. Creio que estamos a discutir temas novos ou renovados, com a democracia participativa, com argumentos velhos, como é o caso do financiamento das associações.

    Querer discutir o financiamento das associações com base no argumento de que essas são espaços de democracia participativa não faz sentido.

    Penso que devemos separar as águas:
    a) devemos evidentemente promover um debate sobre a democracia participativa em Portugal, pois trata-se de um desígnio constitucional que não tem conteúdos práticos e legislativos. O papel que se deveria esperar por parte do movimento associativo é o de contribuir para dar corpo a esse desígnio, apresentando propostas concretas para a sua operacionalização;
    b) devemos discutir o financiamento das associações com base em critérios de justiça redistributiva e defendendo regras ajustadas à realidade do “movimento”. Não posso concordar com o argumento utilizado de que o Estado deve financiar uma associação apenas porque ela existe. Isto retira-nos força e capacidade argumentativa.

    Colar o financiamento das associações ao tema da democracia participativa, pode, no limite, ser contraproducente para os dois temas.

    Penso igualmente que não devemos aproveitar estes congressos e espaços de encontro para formalizar “cartas reivindicativas”. Os nossos conteúdos devem assumir a forma de propostas e não de reivindicações. É uma questão estratégica em relação à forma e ao conteúdo. O rumo que estamos a seguir não nos vai levar a bom porto. Nada resultará de positivo, com excepção do esgotamento destes três temas – o associativismo cidadão, a democracia participativa e o financiamento das associações, acrescendo fortes probabilidades de um certo divisionismo no interior do “movimento”.

    Sugiro que a continuidade deste trabalho seja marcado por um rumo diferente. Esse deve apontar para a construção de “aliança entre o Estado e as Associações”. Devemos mostrar uma postura de cooperação e de encontro e não uma postura de contestação e ruptura. A nova postura deve inclusive levar-nos a rever os conteúdos de debate, chamando ao mesmo actores públicos, como é o caso dos poderes locais ou de associações que os representam.

    Não podemos estar sempre a falar entre nós e fazer sair cartas ou cadernos reivindicativos para os outros (O Estado). Devemos promover encontros com esses outros, que permitam compreender o trabalho desenvolvido, as dificuldades encontradas, os caminhos de futuro, etc. A democracia participativa não é, nem pode ser, propriedade das associações. Há hoje novos espaços de experimentalismo democrático em desenvolvimento no país aos quais devemos estar atentos. Muitos desses espaços são promovidos pelo poder público. Devemos inclusive defender mais espaços como esses, lutando pelo aprofundamento democrático do lado do Estado.

    Desculpem a dissonância nos argumentos mas a riqueza do “movimento” também se faz da sua diversidade.

    Abraço

    Nelson Dias

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  3. Caras(os),

    Desculpem voltar ao assunto mas é inevitável que o faça.

    Ao longo de todo este processo manifestei a minha opinião por três vezes, procurando introduzir pontos de vista que permitissem enriquecer o debate.

    A primeira foi no encontro regional do Algarve, no âmbito da preparação do Congresso. Nesse preciso momento fui acusado de recorrer a argumentos próprios de alguém que preside uma “associação rica, uma dessas que se converteu em agência do Estado” (fim de citação). Esta consideração revela cegueira, surdez e é despropositada, própria de uma tendência que na sua essência não está aberta a opiniões distintas, contrariando, como facilmente se compreende, os princípios da própria democracia participativa.

    A segunda intervenção foi no Congresso. Para ser mais preciso, manifestei-a em diferentes momentos do Congresso, dos quais destaco a “assembleia deliberativa”.

    A terceira foi a que enviei por escrito, em resposta à proposta inicial de “Carta do Congresso do Associativismo e da Democracia Participativa”. A reacção pública dos restantes promotores é a que se conhece, ou seja, praticamente nenhuma. É bom relembrar que outras vozes, com importância significativa no meio associativo e fora dele, se manifestaram contrárias ao rumo seguido pela organização e pelas conclusões do Congresso.

    Face ao exposto e pelo facto de se ter optado pela publicação da Carta, passando por cima das diferenças internas; eu diria mesmo, anulando essas diferenças, como se elas não existissem, não me resta outra solução que seja a de solicitar que retirem o meu nome e o da minha organização de todo este processo. Não quero contribuir para validar tomadas de posição com as quais não estou de acordo.

    Se lermos atentamente os textos de lançamento do Congresso, assim como a Comunicação de Abertura e a Carta final, facilmente se compreende que as diferenças são mínimas. Isto só pode significar uma de duas coisas:
    a) Que estamos perante uma unanimidade de pensamento sem precedentes em relação a estas matérias, o que em meu entender é redondamente falso. Basta vermos a fraca adesão associativa ao Congresso;
    b) Que se está a forçar uma situação, revelando posições fortemente ortodoxas próprias de outros meios que não o associativo. Esta posição quer fazer transparecer uma unanimidade de pensamento, ocultando as diferenças e esvaziando o debate. Em minha opinião, é isto que se está a passar.

    O movimento associativo e a democracia participativa precisam de lucidez, clareza de pensamento e de uma estratégia de concertação. Em minha opinião, tudo isto falhou neste Congresso. Tivemos um debate “a cheirar a mofo”, levado a cabo por uma “estratégia de arrastão e de guerrinha”, que nunca foi capaz de abandonar a sua posição de partida em prol dos princípios da convergência. Com toda a franqueza , eu questiono-me como é possível querer levar até ao limite as ideias divisionistas e suicidárias que estão na base de todo este processo?

    Em síntese, eu diria que este processo não contribuiu nem para o fortalecimento do movimento associativo cidadão, nem para a democracia participativa. Para quem tiver tempo e paciência, recomendo um exercício muito simples: analisar as diferenças entre o antes e o depois de todo este processo. Compreender o que se ganhou e o que se perdeu.

    O caminho seguido foi o do afunilamento e o do esgotamento dos conceitos e dos conteúdos. Teremos muito provavelmente dado passos atrás com toda esta dinâmica. Nem o movimento associativo cidadão, nem a democracia participativa tiveram ganhos substanciais com este processo, nem é expectável que venham a ter. Não se criaram novos espaços de participação; não estamos mais próximos do Estado; não vimos resolvidas as questões do financiamento; não passámos a integrar as plataformas de audições políticas, de concertação social e orçamental, entre outros. Nada disto aconteceu, nem é expectável que venha a acontecer se este for o rumo a seguir.

    Com um abraço,

    Nelson Dias

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  4. Caros/as membros da Comissão Promotora, agora Plataforma de Dinamização do Movimento do Associativismo Cidadão e da Democracia Participativa

    Seria possível esclarecer o que se entende por "tendências e tentações de controlar as associações, através de estratégias inspiradas no sector empresarial, nomeadamente, as formas de certificação e acreditação que estão actualmente presentes neste sector, que se insere numa lógica competitiva de mercado, e que já começaram também a penetrar nos serviços públicos"?

    Existem muitas interpretações possiveís. As formas de certificação e acreditação que conheço aplicadas a organizações do tipo associativo são:
    - Acreditação de entidades formadoras;
    - Acreditação de entidades promotoras de CNO;
    - Certificação de Qualidade (de processos e não de entidades);
    - Selecção de entidades Gestoras e/ou Grupos de Acção Local (Eixo 3 do PRODER);
    - Estatuto de IPSS.

    É isto que se pretende denunciar? Se sim, porquê? Uma coisa é apontar excessos ou desadequações particulares em cada um destes processos, outra coisa, é denunciar ou combater esta lógica. Não vejo como será possível que uma qualquer organização sem fins lucrativos queira prestar serviços de interesse público, através de recursos públicos, sem que existam formas ou processos de reconhecimento dessa capacidade.

    Cumprimentos

    David Marques

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  5. ,,informo que o Texto das Conclusões da minha autoria, a pedido da CP, não foi publicado....
    ????????????

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  6. Ó Zé, então não leste? Não é CP, agora é (deixa-me tomar fôlego...): Plataforma de Dinamização do Movimento do Associativismo Cidadão e da Democracia Participativa (ufa!!).
    Fizeram um "congresso" - "momento de particular visibilidade (podiam repetir? visibilidade, onde? concerteza, no ISCTE...)do Movimento...", mas "esqueceram-se" de votar e aprovar conclusões, ou deliberações - coisa estranha, visto ter havido uma "assembleia deliberativa" - e bem assim de votar, in situ, e à vista de todos, alguma espécie de estrutura dirigente; "esquecimento" facilmente resolvido: no pós-"congresso", parte da CP, alegremente, e em ilustração das boas práticas do "associativismo cidadão" e da "democracia participativa", AUTO-constituiu-se naquela "coisa".
    Como todos os "poderes" auto-constituídos, essa "coisa" goza de "poderes" absolutos, e, portanto, nada mais natural do que silenciar posições divergentes.
    Tudo bate certo, amigo Zé.

    Miguel Teotónio Pereira, Marvão

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  7. As conclusões do Zé Carlos Albino, aparentemente censuradas pelos "associativo-cidadãos" e "democrático-participativos" ("qualidades" de que este blogue é exemplo paradigmático):

    “,,ainda Democracia Participativa, Associações e Congs.

    Umas Conclusões “Congressuais” Subjectivas !

    Ao contrário de alguns companheiros iluminados, que inventam o que as Pessoas querem, propõem e desejam, vou apresentar as minhas conclusões deste “Pseudo-Congresso”. E eu estive lá !
    Vamos a isso :
    1. O processo e o encontro do Iscte foi um claro fracasso ! Pouco mais de meia centena de Associações ( num universo de dezenas de milhares ), debates com algum interesse, mas irrelevantes para os promotores e, depois, conclusões que apenas correspondem ao que os “grandes promotores” desejavam, independentemente do que, de facto. aconteceu. “Antes de o serem, já o eram,,,!”-
    2. Face ao que ouvi, li, assisti e disse, as conclusões deste pequeno encontro, são as seguintes :
    a.) Não há qualquer Movimento Social para o que quer que seja. Há desejos pessoais, de onda sectária, que tentam inventar o inexistente ;
    b.) A constatação principal é que o dito “Associativismo Cidadão” só existe na cabeça de alguns iluminados, fora das realidades reais dos nossos Associativismos, que passam ao lado de posturas ideológicas puras;
    c.) Apesar de tudo, foram generalizadas e diversificadas as posições e propostas contraditórias e alternativas aos interesses dos promotores, expressos nos seus documentos, nomeadamente no “Comício de Abertura”, que apontavam para a necessidade indispensável de repensar tudo e caminhar noutro rumo;
    d.) As matérias mais abordadas, debatidas e contraditórias no encontro, foram : - o que é “isso” do Associativismo Cidadão”?; - são as Associações as principais fontes da Democracia Participativa e são participadas? : - que modelos de relacionamento dos Associativismos e das emergentes Democracias Participativas com o Estado Democrático, nomeadamente que formas de financiamento para promover a Democracia Participativa, de forma generalizada e genuína? ; - este desejado movimento deve ter ideologia e, se sim, qual? ; - como conseguir mobilizar alargadamente os Associativismos para serem agentes da Democracia Participativa? ; - quais as vias e modos para gerar Cidadanias Activas, em prol dos desenvolvimentos locais e gestação de alternativas aos Poderes Representativos.
    e.) Assumida a encruzilhada e fragilidade dos processos e encontro gerados, considerar que é imprescindível repensar e reformular outro caminho que possa conduzir a um movimento social da globalidade dos Associativismos, que reforcem a Democracia Participativa em Portugal no século XXI.
    f.) Necessidade de findar a Comissão Promotora, no seu actual modelo e composição, e gerar uma Comissão Organizadora, integrando Organizações Associativas dos diversos Associativismos interessados na promoção da Democracia Participativa, que refunde um Processo que prossiga o objectivo de realizar o 1º. Congresso da Democracia Participativa e dos Associativismos, quando se criarem as condições básicas para que seja um participado, interventivo e deliberativo Grande Encontro das Associações e Processos de Democracia Participativa.
    (...)

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  8. (...)
    3. Quanto a conclusões de acções de curto prazo, pós-“Congresso” de 13/14 . Nov., consideramos que se pode consensualizar as seguintes Iniciativas :
     Divulgar o realizado e pretendido, como alerta para a necessidade de Promover e Valorizar a Democracia Participativa, junto dos Órgãos do Poder Democrático, da Comunicação Social - Opinião Pública e do Universo dos Associativismos;
     Preparar, convocar e realizar uma Reunião Alargada, promovida pela CP do processo realizado, convocando todas as Organizações Representativas dos Associativismos e de Processos de Democracia Participativa, com vista a vir a constituir a Comissão Organizadora do 1º.Congresso da Democracia Participativa e dos Associativismos;
     Elaborar, propor e reclamar sustentação junto dos Poderes Públicos, um Programa Nacional de Promoção da Democracia Participativa e do Fomento da Participação no Universo das Associações e suas Organizações.

    OUTRAS CONCLUSÕES, SUBJECTIVAS E QUESTIONÁVEIS, MAS NA BASE DUMA PARTICIPAÇÃO ACTIVA NO PROCESSO E ENCONTRO DO ASSOCIATIVISMO E DEMOCRACIA PARTICIPATIVA.”

    José Carlos Albino, 1.12.10, in bicadaquatro.blogspot.com

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  9. Caros/as membros da Plataforma de Dinamização do Movimento do Associativismo Cidadão e da Democracia Participativa

    1 - No passado dia 1 de Dezembro coloquei, através dum comentário no blogue, de forma sintética, dúvidas sobre a proposta de texto ou carta intitulada "CONTRIBUTOS PARA A ESTRATÉGIA DO MOVIMENTO DO ASSOCIATIVISMO E DA DEMOCRACIA PARTICIPATIVA". Essas dúvidas eram acompanhadas dum pedido de esclarecimento, que não mereceu, até agora, qualquer resposta da vossa parte. Se efectivamente se deseja que este blogue funcione como palataforma de participação seria interessante que a comunicação se processasse nos dois sentidos;

    2 - Julgo que é claro que este documento resulta duma leitura parcial do que se passou no congresso, nas tertúlias e nas reuniões de preparação. Esta dimensão parcial é uma consequência lógica da inexistência dum momento deliberativo. Contudo, esse facto não explica a ausência duma dinâmica propositiva, positiva, intrepeladora, que muito bem poderia ser retirada das várias intervenções orais e dos muitos contributos escritos. Limitar o plano de intenções à "denúncia" de situações, é algo redutor, para além de que muito do que se pretende denunciar não reune o mínimo consenso, como foi aliás bem patente no desenrolar do Congresso;

    3 - Perante esta situação, a Esdime não pode subscrever este documento, tal como se apresenta, não só porque não concordamos com a forma como está construído, mas porque não nos revemos em muito do conteúdo em que o mesmo assenta.

    Cumprimentos

    David Marques (ESDIME)

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  10. chamada de atenção !
    É necessário que no Blogue se diga o k se está passar,nomeadamente ser o fórum de propostas, opiniões e críticas.
    É indispensável k a CP se faça ouvir sobre o k é escrito, proposto e aclamado. É o mínimo....
    Aguardo !
    Abrs. !

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  11. ,,,há + de 1 mês k nada aparece neste Blogue, pretensamente activo. Serão capazes de tirar as conclusões óbvias ?
    Não deixem apodrecer o defunto, porque cheira mal !
    Ainda disponível, espero bom senso !
    Abrs. !
    zc .

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