quinta-feira, 4 de novembro de 2010

RELATO DA REUNIÃO REALIZADA EM SETÚBAL

CENTRO DE CIDADANIA ACTIVA, EM 19/10/2010

Estiveram presentes 8 pessoas, de 6 associações.
Síntese dos principais assuntos abordados:
- Houve uma primeira tentativa de reunião de associações setubalenses em que só compareceu a associação promotora…
Porquê esta dificuldade em congregar pessoas face a temas como os do congresso? A própria crise do Associativismo, da Democracia Participativa e da Cidadania? A sobrecarga e o stress a que os activistas estão submetidos, sem disponibilidades para outros investimentos além da rotina, mesmo que os considerem importantes? Referiu-se, por exemplo, que os voluntários das associações estão cada vez mais sobrecarregados com burocracias nas quais não queriam perder tempo, e que sobra menos disponibilidade para o que desejavam de facto fazer. Referiu-se também que continua a haver muitas associações preocupadas com os cidadãos, mas a maior parte delas “pensa para dentro”, e ficam muito centradas naqueles cidadãos com quem se envolvem. Para estas associações, o Congresso poderá constituir uma ocasião de interacção com outras, descobrindo que, a partir dos mesmos princípios de atenção e investimento nas pessoas e comunidades, enriquecemo-nos com a partilha de leituras e percursos diferentes, ultrapassando os nossos isolamentos.
O representante de um clube desportivo juvenil considerou que os temas do Congresso ficavam muito distantes da vida, da linguagem e dos assuntos discutidos dentro do seu clube. A propósito desse comentário, alguém valorizou a importância que tem para crianças e adolescentes a participação em equipas e o respeito por regras assumidas em conjunto, como quando se pratica desporto, embora os próprios que vivenciam essas experiências nem sempre tomem consciência do desenvolvimento social que estão a realizar. De igual modo, admite-se que muita gente, em diferentes associações, não se dê conta de que o facto de se juntarem para fazer algo que lhes dá prazer pode ser muito importante para elas e para outros… Estas pessoas poderão não estar motivadas para reflectir sobre o associativismo mas estão a vivê-lo… e é muito importante que o Congresso consiga salientar o reconhecimento face a todas as associações que praticam a Democracia Participativa e constroem Cidadania através de qualquer forma, como o desporto, o lazer, a cultura, a entreajuda social, etc. Será então muito importante que o Congresso consiga dar voz aos cidadãos e associações numa linguagem que todos entendam e em que se reconheçam.
Também será importante as associações tomarem consciência de que o Estado está a empurrá-las para a empresarialização e para a “subsidiodependência”, tratando-as de forma mais injusta do que quando lida com as próprias empresas. Por isso devemos debater o Associativismo – “o que é” e “para quê”.
A Democracia Participativa é claramente um processo político. Ora um processo necessita continuidade para se desenvolver e o Congresso é apenas um momento. Então, o Congresso não pode ficar-se em conclusões com ponto final, mas deve sobretudo chegar a pontos de consenso que urge continuar a desenvolver. Portanto, se a mobilização para o Congresso é muito importante, o processo pós- congresso será também fundamental e do Congresso devem partir pistas para que o processo pós-congresso se projecte de facto na vida das associações e na força da Democracia Participativa e da Cidadania.

Sem comentários:

Enviar um comentário