quinta-feira, 14 de outubro de 2010

II Reunião Covilhã 11 de Setembro

RELATO DA SEGUNDA REUNIÃO REALIZADA NA COVILHÃ NO ÂMBITO DA PREPARAÇÃO DO CONGRESSO DO ASSOCIATIVISMO E DA DEMOCRACIA PARTICIPATIVA

Conforme ficou marcado quando da primeira reunião, efectuada em 15/05/2010, e confirmado por mail enviado em 03/09/2010, realizou-se a segunda reunião preparatória do Congresso do Associativismo e da Democracia Participativa, no dia 11/09/2010, na sede do Grupo Desportivo da Mata, na Covilhã.
Estiveram presentes dez pessoas, estando representadas seis associações (José Duarte e Maria Alexandrina Alves, da Base-FUT; Rui da Eufrásia, Maria José Ferreira e António Ferreira, do GAF – Gouveia; José Silva, do Grupo Desportivo da Mata; Guida Martins, da ADETEIXO; António José Santos, da Associação Cultural Estrela – Unhais da Serra; Luis Madeira, do CIDAC; e Jaime Silva).
A reunião iniciou-se pela apresentação das pessoas e por uma pequena exposição sobre o historial do Grupo Desportivo da Mata, feito pelo seu presidente, José Silva.
O facto de esta associação, fundada em 1961, ter congregado um número considerável de pessoas residentes na mesma zona, muitas delas ligadas à indústria têxtil, e ter constituído não só um espaço de convívio, desporto e cultura, mas também um conjunto de experiências solidárias, de animação e de desenvolvimento da consciência política e do exercício da cidadania, foi motivo de algumas reflexões e contributos sobre a evolução do associativismo na Covilhã e outras zonas afins, ao longo dos últimos 50 anos, o que veio enriquecer o enquadramento do congresso em preparação.
Seguidamente, foram dadas informações e foi distribuída documentação referente ao processo preparatório do Congresso.
O facto de o local da realização ter sido alterado para Lisboa por não se terem conseguido em Tondela nem em Palmela as condições logísticas desejáveis, foi objecto de várias intervenções, tendo-se decidido manifestar à Comissão Promotora a disponibilidade do grupo presente nesta reunião para promover diligências junto da Universidade da Beira Interior (UBI) , na Covilhã, para a realização do Congresso, nomeadamente caso se voltassem a verificar novas dificuldades logísticas em Lisboa e/ou se considerasse ser ainda oportuna nova mudança de local.
A partir das ideias-chave do Congresso, temas das Tertúlias, resultados desejáveis com o movimento em curso, e intervenções ao alcance dos participantes nesta reunião, ocorreu um debate bastante participado, do qual sublinhamos alguns aspectos:
--- O longo número de anos em que os portugueses viveram sem o direito de exercer a democracia marcou muito a nossa cultura e comportamento.
--- Mesmo em associações muito empenhadas em actividades de cidadania, não há grande disponibilidade para duma forma um pouco mais distanciada das iniciativas concretas que as sobrecarregam, pensar o que faz falta para dar sentido e força a este movimento de construção/transformação.
--- Os condicionalismos da sociedade em que vivemos reforçam em muita gente o alheamento pela Democracia Participativa, mesmo dentro das próprias associações.
--- Os poderes instituídos reforçam por parte das associações uma postura “de mão estendida“ e sancionam-nas com um “fechar a porta“, quando o seu comportamento não lhes agrada, o que contribui para substituir a democracia pela manipulação, extinguir ou perverter associações, etc..
--- O poder distancia-se cada vez mais da missão e da capacidade de servir a comunidade.
--- O “carreirismo político profissional” vai abrangendo um número crescente de jovens.
--- É importante que o Congresso contribua para um diagnóstico da situação em que nos movemos e aponte pistas que se projectem em acções transformadoras desta realidade. Daí que, se a visibilidade do Congresso é importante, mais importante ainda é o que venha a ser possível em acções a partir dele.
--- Cada um de nós é desafiado a assumir um papel animador junto das pessoas, grupos, associações, etc, com quem contactamos,no sentido de contribuirmos para que possa emergir a consciência crítica face às realidades que nos condicionam, a par da energia que nasce do diálogo e da cooperação para objectivos comuns.
--- Não ficou programada nenhuma próxima reunião antes do Congresso mas combinou-se que devíamos continuar a partilhar informações, experiências e contactos com outros grupos e associações, além de nos disponibilizarmos à interajuda face a situações que possam ocorrer no âmbito da preparação do Congresso e no alargamento das pessoas envolvidas no mesmo.
--- Apelou-se à urgência em avançar com os processos de inscrição no Congresso através do respectivo site.
--- No final da reunião, realizou-se uma visita guiada às instalações do Grupo Desportivo da Mata, reveladora do dinamismo e da cooperação que sustentam as diversas actividades desta Associação.
António Ferreira

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