segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Reunião do Movimento da Democracia Participativa

A TODOS OS QUE CONTINUAM A IDENTIFICAR-SE COM O MOVIMENTO DA DEMOCRACIA PARTICIPATIVA

    Mais importante do que inventariarmos quantos somos, será talvez avaliarmos quantos de nós queremos sustentar este Movimento como um espaço comum de diálogo, de partilha de experiências e reflexões, e também de procura conjunta no sentido de contribuir para mudanças na sociedade onde vivemos, mudanças essas que passam necessariamente pela revitalização da democracia participativa.
    Desde o início de 2011, realizámos uma mão-cheia de reuniões entre nós e algumas iniciativas conjuntas; destas, salientamos o encontro realizado na Associação 25 de Abril em Julho de 2011, com vários grupos que vinham assumindo posições face à crise, a animação de 2 workshops na Manifesta de Montalegre, também em Julho de 2011, e a ação de formação/reflexão sobre a dívida e o papel d@s cidadãos/ãs, em conjunto com a IAC e o CIDAC, em Maio de 2012. Além destas e outras iniciativas em cooperação com outras entidades, muitos de nós temos participado individualmente em manifestos, manifestações e encontros relacionados com algumas respostas possíveis face à situação que Portugal e o Mundo estão a viver.
    Entretanto, já por várias vezes procurámos avançar no sentido de uma maior clarificação em torno do nosso pensamento comum e da coerência entre esse pensamento e os nossos compromissos em iniciativas, mantendo o diálogo entre diferentes opções e práticas dentro do próprio Movimento. Contudo, essas tentativas têm ficado interrompidas por falta de tempo e os desafios recentes com que nos   estamos a confrontar pressionam-nos a dar passos mais concretos para uma maior interação entre nós e com outras pessoas e grupos.
    Assim, na reunião realizada no dia 29/09/2012, decidimos marcar uma Reunião de "Pensatório e Praxis", dia 17/11/2012, entre as 11 e as 18 horas, com a finalidade de contribuir de forma determinante para o aprofundamento do que nos reúne como Movimento da Democracia Participativa e de como isso se pode projetar nas nossas práticas individuais e coletivas. Esta reunião poderá realizar-se em Coimbra ou em Lisboa, conforme o local onde seja possível reunir mais gente.
    Para já, pedimos a cada uma das pessoas interessadas em participar nesta reunião para nos informarem através da mailing-list do movimentodp ou através dos telefones 963084999 (António Ferreira) ou 919693680 (Rui d’Espiney) até dia 26 de Outubro, indicando se está disponível quer a reunião se realize em Coimbra ou Lisboa, ou se só poderá comparecer se ela se realizar num destes dois locais.
    Quanto à maneira de organizarmos esta reunião, são bem-vindas todas as sugestões que queiram fazer, juntamente com a informação sobre a vossa disponibilidade, além de vos sugerirmos igualmente, como documento para ponto de partida, o texto do Rui d’Espiney, de 07/09/2012, já inserido aqui.
     Saudações dp
                                         O grupo que participou na reunião de 29/09/2012
   

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

TEXTO DO ANTÓNIO CARDOSO FERREIRA - Em resposta ao desafio que o António Pinto Pereira lançou no sentido de haver contributos de alguns de nós para debate no Congresso Democrático das Alternativas

  PROPOSTA PARA O AVANÇO NO SENTIDO DE UMA DEMOCRACIA PLENA, PARTICIPADA E TRANSPARENTE   

Tal como em 25 de Abril de 1974, também agora a Democracia é fundamental face à crise civilizacional que estamos a viver.
 As medidas impostas como inevitáveis para o resgate da dívida pública têm caído sobre uma democracia participativa (DP) muito enfraquecida. O alheamento das pessoas em relação às instituições políticas foi aumentando de ano para ano, à medida que as estruturas partidárias dominantes adquiriam um estatuto cada vez mais sólido e auto-suficiente, desvalorizando a participação direta dos cidadãos na construção da sociedade e pervertendo o tecido social através duma teia de favores e dependências. Hoje, a descrença dos cidadãos quanto à democracia representativa (DR) evidencia-se por exemplo na elevada taxa de abstenção ás eleições e na percepção de que a própria governação do país está refém dos poderes internacionais que controlam a economia e a política para favorecer o enriquecimento de poucos à custa do empobrecimento de muitos, a quem se espezinham direitos fundamentais.
Por todas estas razões, a procura de alternativas para a saída da situação atual passa pelo urgente fortalecimento da democracia, de modo que os cidadãos se reassumam como sujeitos participantes nos caminhos a tomar para a coesão social e a autonomia do nosso país.
Tendo em conta aquilo que a Constituição da República Portuguesa estabelece sobre a complementaridade entre a DP e a DR, propomos que este Congresso aprove o lançamento de um processo de diálogo e interação entre cidadãos envolvidos nas práticas da DP e da DR, a partir do qual possam resultar medidas que pressionem simultaneamente a revitalização da DP e a credibilização da DR, implicando o reconhecimento, por parte do Estado, da necessidade de garantir que a DP passe a dispor de condições de emancipação, sustentabilidade e participação nos espaços de decisão política e de cidadania, em cooperação com as estruturas da DR e com os serviços públicos.
 Este processo corresponderá a um prolongamento do Congresso, com reuniões para a produção de propostas e aprovação das mesmas. Na agenda de pontos a abordar, propomos um enfoque prioritário no nível local, pois é a partir das relações de proximidade/ comunitárias que a DP se desenvolve e consideramos fundamental propor medidas que reformulem/revitalizem o estatuto, as condições de sustentabilidade e as formas de intervenção das Associações, Comissões de Moradores, grupos informais de cidadãos, etc, nomeadamente quanto à sua interação com os órgãos autárquicos e com as estruturas locais criadas para promover a cooperação entre comunidade e serviços (Conselho Local de Ação Social, Conselhos Municipais, Núcleo Local de Inserção, Comissão Protetora de Crianças e Jovens, Conselho Geral dos Agrupamentos Escolares, Conselho da Comunidade dos Agrupamentos de Centros de Saúde, etc).

António Cardoso Ferreira

domingo, 9 de setembro de 2012

BREVES REFLEXÕES SOBRE A DEMOCRACIA QUE TEMOS E A DEMOCRACIA QUE QUEREMOS
  •  Oito características pelo menos definem a ordem democrática que impera no nosso país:

  • - é de baixa intensidade. Limita-se a consagrar os mecanismos de representatividade não oferecendo condições à participação dos cidadãos nas decisões e opções dos representantes.
    - serve um poder hegemónico e estatizado. Os representantes aparecem divididos entre os que pertence e os que não pertencem ao chamado “arco da governação”, circunscrevendo a sua acção à manipulação ou tentativa de manipulação das alavancas do Estado, sem nenhuma interacção com os que os elegeram. - é estática e conservadora. Fixa como limites à contestação a inquestionabilidade do seu modelo de funcionamento: o direito é abordado à luz dos deveres que implica; o sistema vigente é assumido como uma ordem incontornável e só mutável a partir de si próprio.
    - é cada vez menos soberana. Progressivamente vem delegando os poderes que representa e as prorrogativas que possui nos detentores/dominadores da ordem económica e política europeia e mundial.
    - é clientelista. A cor politica prevalece sobre a competência na selecção dos decisores colocados em lugares chave do Estado e/ou do sector empresarial influenciado pelo Estado (e recorda-se a título de exemplo, porque recente, a designação do presidente do conselho de administração da RTP conhecido pela sua bajulação ao 1º ministro).
    - é promiscua na sua relação com a economia. Assiste-se a uma verdadeira “dança de cadeiras” entre decisores políticos e gestores empresariais.
    - é classicista. Por iniciativa da maioria tem-se assistido a um progressivo e continuado atentado aos direitos dos trabalhadores, à protecção dos interesses dos socialmente privilegiados e ao alargar do fosso entre pobres e ricos.
    - é monolítica. As regras de funcionamento e evolução do país são impostas pela maioria, sempre a mesma, apoiada na disciplina de voto, na obstrução à audição de governantes pelo Parlamento, no dictat quanto à definição da agenda politica. Como é evidente há diversidade na democracia representativa. Muitos dos representantes eleitos são opositores da tendência para que caminha a democracia hegemónica. O sistema está, no entanto, montado de modo a que não passem de simples vozes que não impedem a afirmação das características dominantes.
     2. A alteração desta matriz democrática é no entanto possível, passando pelo reforço e afirmação da democracia participativa que a Constituição Portuguesa reconhece como um dos dois pilares da democracia plena mas que a prática dominante esvaziou.
    Neste sentido impõe-se pugnar por algumas medidas. Sugerem-se, nomeadamente oito que se elencam de seguida, sem a preocupação de as hierarquizar por grau de importância. A saber:
    - Induzir os partidos que enformam a democracia representativa a dedicar uma parte do seu tempo ao diálogo (um diálogo instituído) com forças emergentes da democracia participativa, não como uma concessão de quem recebe mas como um direito de quem é recebido. (Do mesmo modo que algumas autarquias reservam um ou mais dias da semana a receber e ouvir os munícipes, os representes dos partidos abririam um tempo na sua agenda para atender os cidadãos colectivos que agem na sociedade).
    - Assegurar o financiamento da democracia participativa, pela afectação de verbas às suas formas organizadas, à semelhança do que acontece já em alguns países do norte da Europa. A desigualdade de oportunidades entre a democracia representativa e a democracia participativa está, de facto, bem patente na circunstância de à primeira serem facultadas todas as condições para o seu funcionamento material (vencimentos de representantes e assessores, orçamentação dos parlamento, pagamentos das campanhas eleitorais e de despesas de representação, etc…) ao mesmo tempo que são negadas as condições mínimas de subsistência das formas organizadas da democracia participativa… tratadas, por via de regra e na melhor das hipóteses, como prestadoras de serviços ao Estado e à própria democracia representativa.
    - Dar-se corpo a um movimento pró democracia participativa que se afirme interagindo com as várias iniciativas cidadãs esboçadas a nível local, regional e nacional em defesa dos bens públicos, dos direitos sociais e dos desenvolvimento alternativo e tendo presente que está em causa uma crise que é civilizacional e mundial embora se exprima, a mais das vezes, de forma circunscrita.
    - Encorajar a desobediência e a indignação. A democracia hegemónica sustenta-se na aceitação ordeira das suas práticas e manifestações, legitimando-se pela sacralização do seu próprio funcionamento. Superar esta ordem implica necessariamente uma prática transgressora.
    - Desmontar os discursos dominantes. A democracia hegemónica reproduz-se e valida-se a partir de uma argumentação que naturaliza as suas opções, apoiando-se para o efeito na influência dos média que, de uma forma geral, alimentam esses discursos dando a voz, privilegiadamente, a quem os profere. Não é possível gerar contra corrente sem contrapor ao conhecimento hegemónico explícito um conhecimento alternativo, hoje ainda marginal.
    - Animar e privilegiar os processos participativos nos mais diversos domínios (economia, cultura, educação, saúde, etc..) e âmbitos. A democracia plena constrói-se de baixo para cima e do pequeno para o grande, dando centralidade ao periférico e apostando-se no alterativo (no criação de um outro eu) mais ainda do que no próprio alternativo.
    - Promover uma cultura da escuta, com o que se quer significar não apenas desocultar o que está oculto, ouvir o que está silenciado ou silencioso mas também interagir com quem se escuta e/ou se não ouve.
    3 -   A democracia representativa é um imperativo, mas sem se reconfigurar, sem uma nova relação com os cidadãos, sem o impulso da democracia participativa tende a tornar-se, inevitavelmente, uma alienação. Assim o mostra o que está a acontecer no nosso país. Só com a democracia participativa, a democracia representativa cumprirá o mandato do pensamento republicano: liberdade igualdade e fraternidade.
    Rui d'Espiney

    segunda-feira, 16 de julho de 2012

    Solidariedade para com moradores/as do Bairro de Santa Filomena - Não aos despejos

    Divulguem por favor e participem. Se precisarem de mais informações digam.
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    Apelamos a todas as pessoas e organizações que participem numa campanha de solidariedade com centenas famílias do Bairro de Santa Filomena, na Amadora, que se encontram neste momento em perigo eminente de despejo das suas casas sem qualquer alternativa de alojamento e sem garantia de acesso à habitação.

    Pedimos a todos e todas que nos ajudem a interromper esse processo até que se encontrem alternativas que salvaguardem a segurança, a dignidade e os direitos das pessoas. Escrevam ao Presidente da Câmara Municipal da Amadora, Joaquim Raposo, e aos restantes partidos com representação na assembleia municipal, e exijam a suspensão do processo até que se encontrem alternativas adequadas.

    Podem ver em baixo uma proposta de carta (caso tenham contactos internacionais, podemos enviar-vos a tradução do mail e da carta em inglês, francês e espanhol).

    Aqui os contactos:

    Presidente Joaquim Raposo: gab.presidencia@cm-amadora.pt, geral@cm-amadora.pt

    Aos restantes partidos políticos com assento na Assembleia Municipal: geral.am@cm-amadora.pt

    Agradecemos desde já a vossa atenção e o vosso apoio.

    Habita - Colectivo pelo direito à habitação e à cidade

    email: habita.colectivo@gmail.com



    Presidente da Câmara Municipal da Amadora
    Joaquim Moreira Raposo,

    Portugal atravessa hoje uma das mais severas crises da sua história recente. Elevados níveis de desemprego, precariedade laboral e incerteza relativamente ao nosso futuro coletivo exigem que ajamos em conformidade, designadamente, através da salvaguarda de um conjunto de direitos fundamentais, tais como o direito à habitação e urbanismo (artigo 65º da Constituição da República Portuguesa).

    A demolição do bairro de Santa Filomena – sem que sejam colocadas em cima da mesa alternativas viáveis e realistas para os seus moradores e moradoras, quer para as pessoas que estão fora do recenseamento, feito há 20 anos atrás, como para as que estando viram, pelo passar do tempo, alterada a sua estrutura e/ou agregado familiar –, demonstra tanto insensibilidade relativamente à situação de vulnerabilidade social e económica que muitos/as deles/as atravessam, como desprezo pela dignidade inerente a qualquer humano (obrigado a viver num espaço sobrelotado, em promiscuidade, etc), e constitui, por isso, um ataque inaceitável a um dos mais elementares direitos da democracia portuguesa. Dezenas de crianças e pessoas idosas, pessoas com problemas de saúde e/ou desempregadas serão colocadas, pela Câmara Municipal da Amadora, numa posição de vulnerabilidade extrema que pode colocar em risco a sua própria sobrevivência.

    Venho por isso demonstrar a minha indignação relativamente à opção tomada pelo actual executivo e solidariedade para com os moradores e as moradoras do bairro de Santa Filomena, exigindo a suspensão imediata do processo de demolição actualmente em curso. A construção de cidades socialmente justas e territorialmente coesas não pode ser feita à margem das necessidades e dos direitos daqueles e daquelas que lhes dão vida.

    Assinatura

    domingo, 13 de maio de 2012

    A crise actual e os ventos de mudança em Portugal e na Europa

     
    Seminário do Tortosendo – dia 19 de Maio
    Encontro – debate
    (10h – 18 horas)

    Proposta – Convite

    Neste tempo em que tanta gente está sem saber para onde se virar, em que todos nos interrogamos para onde caminha o nosso país e a própria União Europeia, vai ter lugar no próximo dia 19 de Maio, no Seminário do Tortosendo, um Encontro com o título “A crise e os Ventos de Mudança em Portugal e na Europa”.

    O programa que juntamos aponta o leque de abordagem do Encontro e do debate que terá espaço privilegiado. Todos os participantes são desafiados a ter voz e contribuir para o debate, pois todos temos dúvidas e interrogações e todos somos portadores de experiências e olhares diferentes.

    Além dos Animadores anunciados, outros participantes da região e de diversos pontos do país contribuirão para que este Encontro seja uma oportunidade para alargar o nosso olhar sobre a realidade, sobre os acontecimentos mais recentes e os sinais de mudança.

    As Organizações promotoras do Encontro - que convergiram na realização desta iniciativa conjunta - acreditam que a partilha e o debate podem ultrapassar o isolamento, ajudar-nos a ver outras abordagens além das que já conhecíamos, descobrir novos caminhos e encontrar formas de cooperação que “agitem os ventos de mudança”.


    Pelas Organizações promotoras,
    José Manuel Duarte
    António Cardoso Ferreira

    Covilhã, 6 de Maio de 2012


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    Contactos para inscrições e marcação de almoço: 962 645 998 – jmfd@sapo.pt
    (Almoço no Seminário: custo 8 euros – marcação até dia 17 de Maio)

    domingo, 6 de maio de 2012

    A crise actual e os ventos de mudança em Portugal e na Europa


    Encontro – debate

    Seminário do Tortosendo – dia 19 de Maio 2012
    (10,00 horas – 18,00 horas)


    Animadores do Encontro:
    António Cardoso Ferreira – médico e dirigente associativo
    António Rodrigues Assunção – professor e historiador
    João Lourenço – operário metalúrgico, sindicalista e dirigente associativo

    10,00 horas – Apresentação dos participantes

    Primeira parte – Portugal, a Europa e o Mundo (10,30 horas)
    • Como olhamos para a realidade actual (política, económica, mundo laboral, equidade social, ameaças ao Planeta Terra)
    • Desafios que enfrentamos
    12,30 horas – Almoço

    Segunda parte – Ventos de Mudança e novos alicerces duma sociedade em construção (14,00 horas)
    • Sinais e processos de mudança
    • O papel da cidadania, dos movimentos e organizações de cidadãos
    15,30 horas – Intervalo

    16,00 horas – O que está ao nosso alcance fazer (propostas em grupos)

    17,00 horas – Debate / Conclusões



    Inscrições:
    Pede-se o favor de confirmar a participação
    Se pretende almoçar no Seminário: custo 8 euros
    Contactos: 962 645 998 – jmfd@sapo.pt
    ____________________________________________
    Organizações promotoras:
    Base – Frente Unitária de Trabalhadores
    LOC/ Movimento de Trabalhadores Cristãos
    GAF – Grupo Aprender em Festa (associação com sede em Gouveia)
    Movimento da Democracia Participativa