domingo, 1 de maio de 2016


Rui D’Espiney (1942-2016)

Referência da luta antifascista, D’Espiney fundou em 1964, com Francisco Martins Rodrigues e João Pulido Valente, o primeiro movimento maoista português.
Rui D’Espiney, foto de coloquioslusofonia.blogspot.pt/
Rui D’Espiney foi um destacado lutador anti-fascista. Nasceu em Moçambique e foi militante do PCP até 1962, quando, na primeira cisão maoista no partido, o abandonou com Francisco Martins Rodrigues. Com este e com João Pulido Valente fundou, dois anos mais tarde, o Comité Marxista-Leninista Português/Frente de Ação Popular (CMLP/FAP), que defendia a luta armada. A 25 de abril de 1974 estavam presos pela PIDE há oito anos, que os torturou e espancou barbaramente.
O sociológo esteve exilado em França e na Argélia, regressou a Portugal com Francisco Martins Rodrigues, João Pulido Valente em junho de 1965.
Após o 25 de Abril foi dirigente do CARP m-l, posteriormente da ORPC m-l e, em 1975, do Partido Comunista Português (Reconstruído) – PCP (R).
Em 74/75, Rui d'Espiney participou na formação da UDP e, nesse período, foi seu dirigente.
Completaria 74 anos em agosto e, numa das suas últimas entrevistas (que pode ser vista aqui), na série do site da RTP sobre a história da extrema-esquerda em Portugal, descreveu a formação da FAP e do CMLP e contou a tortura de que foi alvo na prisão.
Depois de 1974, Rui d’Espiney vivia em Setúbal, coordenou vários projectos de desenvolvimento comunitário e educativo, fundou e foi director do Instituto das Comunidades Educativas e da ADELE-Associação para o Desenvolvimento Educativo Local na Europa.